Meu pai, eu e o futuro...
Aqueles homens sentados à calçada, após o trabalho do dia e entre as conversas carregadas de sotaque da região do Vêneto, Itália, fumando seus cachimbos tortos fizeram parte do meu imaginário de criança. Eu gostava de ouvir meu pai contar as histórias das cidades que conhecera durante suas viagens. Lembro de poucas. Mas essa ele achava a mais pitoresca e nunca me saiu da memória. Eu ficava tentando imaginar como seria estar junto daqueles homens que conversavam nas calçadas entre uma e outra baforada nos seus cachimbos tortos...
Os anos foram passando. Eu cresci e fui ser militar da nossa gloriosa FAB, Força Aérea Brasileira, onde fiquei por algum tempo. Depois o primeiro emprego como civil, numa empresa de lubrificantes automotivos e industriais, onde após algumas promoções fui designado para a região de Ribeirão Preto. E ali, justamente ali ao lado, estava ela: a cidade dos homens que sentavam à calçada e fumavam cachimbos tortos...
Na época, com não mais que 35 mil habitantes, Sertãozinho não me atraia como sendo interessante para fixar residência, mas a Maria Olinda e o Zé Zanini (que trabalhava na mesma empresa que eu) tanto insistiram que viemos. Recém-casado, aqui vi nascerem minhas duas filhas. E não é que me apaixonei pela “cidadezinha”?
Contudo, minhas obrigações profissionais acabaram fazendo-me mudar novamente de cidade, mais outra e mais outra e mais outras... Em Bauru, nasceu meu filho e lá, não raro, me encontrava com o Beto Volpe, que, na época, trabalhava na Rede Globo e também morava na mesma cidade.
O mundo deu suas voltas e no ano 2.000 vim morar novamente em Sertãozinho. Casei-me com a diretora da escola Cabral naqueles anos, a Ângela Volpe.
Já não se sentava mais à calçada nas noites quentes, saboreando deliciosos pratos de petiscos que iam e vinham de uma ponta a outra do quarteirão. Hoje, com cerca de 135 mil habitantes, já não se pode mais deixar a casa aberta enquanto vai-se visitar um amigo, poucos lugares para estacionar os carros nas ruas centrais, enfim, a cidade cresceu e experimentou uma grande industrialização que, ao lado do cultivo da cana-de-açúcar, tornou seu PIB maior do que o da cidade que é o centro da região...
Mas continua linda e, para minha alegria e honra, em 2006 RECEBI O TÍTULO DE CIDADÃO SERTANEZINO; agora a minha cidade. Limpa, com muitas avenidas largas e bem planejadas, praças e centros esportivos: hóquei, patinação artística, futebol e muitos outros esportes. Até uma piscina aquecida e ao ar livre ela ganhou!
Na cultura, certamente ela é uma das cidades em que mais se investe tanto em qualidade como diversidade. Projetos de música, dança, canto coral, teatro, capoeira... Temos pintores e escritores dos bons! Até uma Academia de Letras, onde se reúnem nossos imortais...
O Centro de Convivência do Idoso é uma referência. Ali, são oferecidas muitas e diferentes atividades para as pessoas com mais de 60 anos.
Todos os nossos bairros são contemplados com as mais diversas atividades.
São já 126 anos!
E aos domingos... ah! Aos domingos! Minha paixão: AQUI TEM BANDA NO CORETO!!!!!!!
E na Praça Principal, amanhã à noite, dia 11, a ORQUESTRA JOVEM DE SERTÃOZINHO, que já faz parte das nossas tradições, com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e da Câmara Municipal, apresentará seu CONCERTO DE NATAL. Esperamos vocês lá.