Na batida eletrônica, DJ's de Sertãozinho se destacam no cenário nacional
A cidade de Sertãozinho, conhecida como capital do hóquei e da cana-de-açúcar, é destaque também na música eletrônica nacional. As batidas e mixagens são dos irmãos Tcharles e Anereu Bighetti, juntos eles formam a "Plus Bet'Z", que há pouco mais sete anos se destaca no estilo que tem diversos adeptos. Esse é um mercado musical de destaque internacional.
De acordo com dados da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, em inglês) a música eletrônica é um estilo consolidado mundialmente, sendo o terceiro gênero musical mais popular com mais de um bilhão de ouvintes globais, ficando atrás apenas do pop e do rock.
"A Plus Beat'Z nasceu da união da criatividade de Anereu Bighetti e Tcharles Bighetti, irmãos de sangue e na música, em janeiro de 2013, decidirem focar suas energias neste projeto que há 7 anos vem conquistando o cenário da musica eletrônica brasileira e por que não dizer do exterior também. Porém tocamos em outros projetos musicais juntos desde 2009", explica Tcharles Bighetti.
Segundo Tcharles, a música eletrônica sempre esteve presente em sua vida. A paixão surgiu ainda na adolescência enquanto ainda morava na cidade de Curitiba.
"A música eletrônica sempre esteve presente em nossas vidas, Anereu desde adolescente promovia eventos de música eletrônica no interior de São Paulo e o mesmo acontecia com o Tcharles, em Curitiba. O Tcharles começou a tocar música eletrônica na noite curitibana e, em 2009, veio para Sertãozinho unir forças com o irmão. Antes da Plus Beat'Z iniciar, dedicávamos nossa criatividade na banda de Rock chamada Ventura Rock, com trabalhos autorais, Anereu era o produtor e um dos compositores da banda e Tcharles atuava como vocalista. Mas sempre atuantes e proximos da música eletrônica, ao final da banda decidimos fazer por nós mesmos e criar nossas próprias músicas", revela.
A música eletrônica, como outros estilos musicais, vem passando por transformações. Ligados a essas novas ferramentas, Tcharles analisa como o Brasil está diante de outros países.
“A música sempre foi sinônimo de implementação de tecnologia desde os primórdios, a própria guitarra elétrica veio através da evolução tecnológica, hoje com a evolução dos sintetizadores, controladores, efeitos e samplers e com a popularização de produções in box (feitos totalmente em um computador) em home studios espalhados pelo mundo e também com o acesso à informação cada vez mais comum e rápido pela internet, a criação e produção musical chega a muito mais pessoas. Claro que o amadurecimento aqui no Brasil ainda está no início, mas acreditamos que ela se ampliará muito nos próximos anos. E com a popularização, o acesso a eventos culturais que são baseados em música eletrônica vão aumentando, e com a força que alguns DJ's como Vintage Cultura, Fancy Inc, Alok já possuem tanto no Brasil quanto lá fora, as pessoas começam a fazer seu aprendizado dentro da música eletrônica", ressalta.
Quando indagado sobre uma disputa entre a balada eletrônica e a do "Funk Carioca", Tcharles explica que não existe antagonismo, mas destaca que a popularização dos "pancadões" se dá, em muitos casos, por conta de uma educação musical escassa.
"O funk carioca é um estilo de som que vem se popularizando bastante entre os jovens atuais, é a porta de entrada da música eletrônica em muitos locais do Brasil, de fácil acesso, com batidas e arranjos muito simplificados, letras sem muito trabalho, conseguem ser assimilados pela grande massa com facilidade", detalha.
"Acreditamos que o fator desse crescimento é por que o Brasil peca muito na educação musical da população. Ao exemplo de outros países, como a inserção do estudo da música como matéria obrigatória nas escolas, mas existe muito para percorrermos, acreditamos que o amadurecimento musical do país virá, não tão rápido quanto ocorre outros países, mas virá e com certeza a música eletrônica será muito a base disso, assim como é na Europa e em outros país bastante musicais", salienta.
Em tempo de confinamento devido a pandemia do coronavirus, o número de 'Lives' cresceram por todo o Brasil. E não foi diferente com os profissionais da música eletrônica. A disputa com outros estilos musicais por visualizações é grande. Tcharles explica que esse movimento virtual é importante.
"A Plus Beat'Z ja é adepta de Lives há algum tempo, mesmo antes dessa crise pandêmica chegar ao mundo. Mas esse movimento virtual está sendo importante para que a propagação de atividades culturais seja em maior escala. Infelizmente o apoio das grandes e médias marcas são focadas em artistas que já são consolidados no mercado. Gostaríamos de ver essas empresas dedicando investimento, apoiando e criando ações que apoiem artistas que não tem esse renome", evidencia.
"Uma dupla sertaneja ou pop por si só já vai atrair seus fãs, já pequenos artistas não conseguem levar e conseguir que seu trabalho atinja muitas pessoas. Acreditamos que se esse movimento virtual for direcionado dessa forma, com certeza veremos muitas coisas fantásticas aparecendo, pois sabemos que o Brasil e o brasileiro têm muito talento e muitos deles estão batalhando no seu dia-a-dia tentando um espacinho nos holofotes", finaliza.
Para conhecer, ouvir e acompanhar o trabalho dos irmãos Tcharles e Anereu Bighetti, basta acessar no facebook.com/plusbeatz; instagram.com/plusbeatz;soundcloud.com/plusbeatz; e pesquisar por "Plus Beat'Z" nas plataformas Spotify, Apple Music, Deezer, Google Play, Amazon Music e Youtube Music. (Com informações do Portal O Pinga Fogo)