NA CONTRAMÃO DA CRISE - Empresas de fora fazem aumentar panfletagem em Sertãozinho
Da Redação
Desde quando a crise afetou o bolso dos brasileiros, uma das soluções criativas para permanecer obtendo resultados nos negócios foi apelar para a divulgação de produtos de inúmeras formas. Uma delas é a distribuição de panfletos que atinge diretamente o consumidor.
Em Sertãozinho, o número crescente de panfletagem é visível nas varandas das residências, com a divulgação de produtos que vão desde supermercados até lojas de colchões, mecânicas, pizzarias, concessionárias de automóveis, imóveis, entre outros. Essa demanda de panfletos é oriunda de gráficas da região de Ribeirão Preto, pois em Sertãozinho a situação das gráficas não é das melhores.
O proprietário de uma distribuidora de panfletos, Oscar Alexandre Alvim, revela que o aumento da panfletagem local não é significativo, pois houve uma diminuição na confecção de panfletos por causa da crise. Ainda assim, os investimentos em propaganda feitos por empresas de grande porte têm mantido a destruição pela cidade. “Desde 2014 venho sofrendo queda nas ações feitas pelos lojistas locais. A resposta é sempre a contenção de gastos. No início deste ano nosso comércio sentiu um impacto muito forte com o fechamento de várias lojas que atuavam em nossa cidade”, explica Alvim.
Ainda de acordo com Oscar Alvim, hoje sua empresa trabalha com 40% da capacidade total, sendo que em um ano normal chegava a entregar 9 milhões de panfletos em um ano. “Em 2015 fechamos com apenas 5 milhões e, esse ano, não chegaremos a 4 milhões. Para driblar essa crise tivemos que renegociar custos, fazer demissões e contenção de gastos”, finaliza.
Já para o consumidor, que é o principal alvo das tradicionais propagandas, o excesso de folhetos tem causado desconforto. É o caso de dona Geni Rodrigues, de 68 anos, que reclama que ultimamente a quantidade de propaganda encontrada em sua varanda chega a irritar. “Todo dia é a mesma coisa. Além de limpar a varanda ainda tenho que recolher os panfletos jogados também na calçada, que podem, com a chuva, vir a entupir as bocas de lobo”, relata Geni Rodrigues.