NA CONTRAMÃO DA CRISE

24/10/2016

Lena Aguilar

 

Algumas empresas de Sertãozinho que não estão diretamente ligadas ao setor sucroenergético não vêm sentindo tanto a crise econômica que atravessa o país - e por esse fato mantém a produção e a empregabilidade.

Essas empresas, como no caso da Polipet e Alho Fácil, possuem um perfil diferenciado no setor industrial da cidade.  Uma atua no ramo de embalagens e atende o setor de alimentação, farmácia, química, domisanitário e até agroindustrial;  a outra só atua na área alimentícia fabricando tempero de alho.

O diretor executivo Antonio Cavalaro mostra o cenário da sua empresa e comenta sobre a relação do seu neg[ocio com a crise que afetou a cidade.

 “A crise no setor sucroenergético não afetou diretamente a produção de minha empresa, mas, claro que, com o decorrer do tempo, a crise acaba chegando até nós, mesmo por que o setor químico, que também atende o setor sucroalcooleiro, começou a desacelerar e fomos atingidos nesse final de crise. Ainda bem que agora, estamos retomando os negócios”, comenta.

 As vantagens disso tudo é que os principais clientes desta empresa são diversificados e por causa disso conseguiu manter o quadro de funcionários por não depender diretamente do setor sucroenergético. “As vantagens de diversificar o ramo de atuação é o negócio ganha a ganha”, disse Cavalaro.

E para a empresa que atua somente no ramo alimentício, o diretor Gerson Petri disse que agiu estrategicamente na grade de cliente e atingiu outras regiões.

“Mesmo com a crise também conseguimos manter o número de funcionários, pois não fomos diretamente atingidos, mas sentimos um pouco pelo fato do nosso produto depender do consumidor final”, explica Petri.    

 

Os diretores disseram que por causa da crise a demanda de curriculum vitae nas empresas aumentou em torno de 10%.

“Na minha empresa chego a receber de 5 a 10 curriculum por dia”, comenta o diretor Petri.

 “Sabemos que o desemprego passa de 11 milhões no Brasil. Este é um momento de capacitar e estar mais aberto para o mercado de trabalho. Minha empresa não está contratando, mas estamos trabalhando em equipe para manter a mão de obra no mercado de trabalho”, completa o diretor Cavalaro, da Polipet.

No entanto, esses diretores concordam que a cidade deve tentar atrair investimentos em setores mais diversificados.

“Eu entendo que não só a cidade de Sertãozinho, mas todas outras que ficam voltadas para um único setor têm que   diversificar economicamente, isto  é essencial para atender novos mercados e setores.  Consequentemente, em momento de crise, isso pode reequilibrar uma situação de crise que a cidade  poderá atravessar para não gerar um colapso industrial”, aponta  Antonio Cavalaro.

“ No caso de Sertãozinho, o município  precisa urgentemente de apoio político em relação a isenção de impostos municipais. Por exemplo: incentivar uma empresa de borracha, de alimentação ou de bebidas. como no caso cervejaria, abriria novas oportunidades de  emprego anualmente – não é uma geração de emprego tipo safrista, de seis em seis meses.  Penso que as autoridades  devem buscar novas empresas e dar subsídios como incentivo e benefiíio. Acredito que desta forma vai ajudar muito Sertãozinho e assim contribuir para o bem estar do homem”, finaliza  Gerson Petri.