O detalhe faz a diferença!
Um dos temas que mais repercutem quando abordamos em palestras, jornal ou TV é o "fantasma do desperdício". Ou, ainda, os pequenos detalhes que consomem silenciosamente nosso salário todos os meses.
Quando a pessoa recebe seu salário mensal, imagina possuir certo controle sobre o mesmo. Mal ou bem, conhece seus gastos maiores (água, energia, mercado, escolas, combustível, etc.). O que não percebe são os pequenos gastos que acontecem ao longo dos dias, como um salgado, um refrigerante, uma camisa nova, o dinheirinho picado que repousa por alguns instantes na carteira e rapidamente desaparece. Esse consumismo corrói o poder de compra das famílias e as possibilidades de acumulação de riquezas através da aplicação financeira ou aquisição de certo patrimônio.
Para este descontrole, não existe fórmula mágica: apenas disciplina e atenção são suficientes para reverter o quadro. Disciplina em definir corretamente suas necessidades mensais e atenção para evitar os impulsos em momentos em que a compra não é necessária.
Para aqueles que são autônomos, o risco é maior. Por não receberem um valor fixo mensal, encontram mais dificuldade em controlar suas receitas e despesas. Na mesma proporção, devem tentar definir um valor médio mensal de seus ganhos e utilizar este número para orientar suas despesas. O excedente deve ser direcionado imediatamente para poupança ou aquisição de patrimônio, sob risco de sumir misteriosamente de seu bolso!
Mas, se a teoria é fácil, a prática é bem diferente. Um dos leitores deste espaço e também telespectador do quadro na TV abordou-me para relatar uma compra de um carro. Mesmo com toda orientação sobre os riscos de financiamentos de carros usados e suas desvantagens, as fórmulas simples para calcular valor final, ele confessou que fez o negócio e vai pagar três (isso mesmo, três!!!) vezes o valor do carro à vista. É ou não é um exemplo de mau negócio?
Algumas vezes, fatores externos à sua vontade aumentam seus custos. Portanto, para equacionar seu fluxo de caixa e manter suas finanças em ordem, é necessário que você conheça todos os seus custos, tenha controle sobre eles e use de criatividade para gerenciar sua vida, tornando o dinheiro mais útil. Ninguém está proibido de ser feliz, aproveitar bem a vida, comprar aquilo que gosta e precisa. Apenas devemos fazer isso de forma controlada.
Também é possível aumentar a receita, incrementando seus ganhos com uma atividade paralela, fixa ou ocasional, como a revenda de algum produto, a prestação de pequenos serviços, a abertura de um negócio próprio. Basta boa vontade, uma boa dose de planejamento e orientação correta para transformar em realidade seu sonho de possuir uma empresa. Só não vale achar que sabe tudo, desprezar estes conselhos e partir para o tudo ou nada em um ambiente altamente competitivo, sem espaço para o desperdício. Assim, você apenas fará parte das tristes estatísticas que apontam alto índice de fechamento das empresas antes de completar cinco anos de vida, por absoluta falta de cuidados gerenciais.
O mesmo vale para as empresas. Desperdícios relacionados a dinheiro, como despesas exageradas; gastos excessivos; compras mal realizadas ou sem objetivo definido fazem parte do dia a dia de muita gente e - por que não? - de muitas organizações, sejam elas pequenas, médias ou grandes. Só tem dívida quem gasta mais do que ganha.
Prof. Gilberto César Ortolan Bellini, mestre em administração, professor universitário do curso de Gestão Empresarial (Administração) da Fatec Sertãozinho e Unip RP. Membro da ASEL - Academia Sertanezina de Letras.