O que há de podre no reino da Dinamarca
Américo Perin
É da tragédia “Hamlet” a origem da expressão “Há algo de podre no reino da Dinamarca” A frase, cunhada por Shakespeare, se referia a traições e homicídios que ocorriam na história da tragédia.
No célebre romance de Shakespeare, Hamlet, após perceber e afirmar que havia “algo de podre no reino da Dinamarca”, passou a fingir-se de louco incapaz de compreender o que se passava ao seu redor, no intuito de meramente não ser eliminado e poder sobreviver. No final do romance, Hamlet consegue eliminar o seu cruel algoz, embora não tenha sido capaz de sobreviver porque seu algoz foi capaz de, antes de morrer, feri-lo de raspão com uma espada embebida em veneno mortal.
Hodiernamente falando, a frase é usada para se referir a cada fato obscuro e podre que se imiscui além das cortinas que cerram algum espetáculo, seja ele político, social ou de qualquer outra origem. Quando dizemos “há algo de podre no reino da Dinamarca”, nos referindo sobre qualquer fato, o que estamos dizendo é que por trás daqueles fatos existem outros, não revelados, que fedem. Numa licença quase “poética” (mentira, tem nada de poético nisso), diria que a torta de morango, que permeia o livro “A maldição do cigano”, de Stephen King, é excelente exemplo do que quero dizer.
É certo que há um projeto de instalação de um regime político estranho à nossa vocação, enquanto povo, em nosso país. Muito embora o jogo democrático admita que as forças sociais façam “cabos-de-guerra” para fazer valer os seus interesses, não se olvida que a prevalência de certos interesses de alguns grupos, com completa destruição dos interesses e valores de outros, não tem nada de democrático. Não tem nada de constitucional.
Democracia NÃO É o massacre das minorias pela maioria. Não é adequado a ninguém esperar que os outros concordem consigo e é esse o cerne da questão: o direito de discordar.
No romance de Shakespeare, Hamlet foi ferido por seu algoz, de raspão, com sua espada embebida em veneno mortal, mas, antes que morresse, conseguiu eliminar seu algoz.
No Brasil, já presenciei diversos “Hamlets”, feridos por seu algoz com sua espada envenenada, vindo a falecer. Mas ainda não vi nenhum “Hamlet” que conseguisse, mesmo morrendo, eliminar seu algoz, permitindo, aos que depois dele surgissem, que não tivessem que travar as mesmas batalhas.
Quantos “Hamlets” mais nós teremos que perder? “Hamlets” capazes e dispostos a gerar empregos, capazes e dispostos a gerar mais riqueza, capazes e dispostos a colaborar para o crescimento econômico nacional, capazes e dispostos a, em busca de seus ideais, se sujeitar a serem feridos por seu algoz, com sua espada embebida em veneno?
Quantos “Hamlets” mais nós teremos que perder antes que alguém efetivamente perceba que “há algo de podre no reino da Dinamarca”?
Bem... Para ser inteiramente honesto, confesso que copiei o texto acima da internet. Agora, fico à espera de algum professor de curso médio ou até mesmo de alguma faculdade que me conceda nota máxima de redação. Ou melhor, que apareça algum
empresário muito interessado no assunto proposto e me pague 2,4 milhões de reais a título de consultoria...
Uai, se o “Luizinho”, filho do “Luizão”, conforme amplamente divulgado pela imprensa, conseguiu e não teve de se explicar pra Justiça, por que eu não posso tentar?! E pior, se estamos dando todas as condições para que “a obra” continue...