OPINIÃO - Carne em São Paulo
Arnaldo Jardim
A Semana da Carne, 13 a 17 de junho, foi um sucesso! Importante iniciativa que integrou a Intercorte 2016, a Beef Week e a Beef Expo. O evento foi antecedido por algumas apreensões. O que significaria fazer uma exposição agropecuária na Bienal, no Parque do Ibirapuera, como no caso da Intercorte? Seria viável a vinda de animais que movimentariam a Beef Expo? O espírito da Feicorte ressurgiria? O setor compareceria? Teria a finalidade alcançada? Que resultado sobraria? Passados os dias de intensa atividade, a resposta é positiva para todas estas preocupações.
Levar a pecuária à capital paulista diminui a distância entre o meio rural e o urbano. O setor compareceu de uma forma muito expressiva, e de todos eu recolhi a impressão de que desejam que esta programação se repita no ano que vem. E tenho certeza de que ela terá, então, uma repercussão ainda maior.
Recolhi isso dos setores da cadeia produtiva - dos fabricantes de insumos, dos fabricantes de equipamentos. Foi a percepção que tive também dos produtores rurais. E nós, que representamos o setor público, responsável por políticas de incentivo à produção agropecuária - e particularmente de incremento à pecuária -, também estamos muito felizes com isso.
Uma iniciativa importante quando sabemos que as exportações brasileiras de carnes devem crescer 8% neste ano, atingindo o volume recorde de 7,086 milhões de toneladas. A estimativa é de um estudo elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e prevê para a carne bovina aumento de 4,1% (mais 76,1 mil toneladas), somando 1,915 milhão de toneladas exportadas em 2016.
A preocupação social como a questão ambiental perpassou todos os debates. As presenças ao longo da Semana da Carne dos governadores dos Estados de São Paulo, Geraldo Alckmin; de Mato Grosso Sul, Reinaldo Azambuja; de Mato Grosso, Pedro Taques; do vice-governador de Rondônia, Daniel Pereira; além de parlamentares; evidenciam que todos estão cientes da relevância do setor para a economia e a sociedade brasileiras.
Os setores de pesquisa estiveram bem representados e tive orgulho de ver o protagonismo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Em todos os eventos que compuseram a Semana da Carne, disseminando o conceito do Boi 777, desenvolvido pela nossa Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) de Colina - um dos temas mais debatidos ao longo da programação.
Fizemos ainda a divulgação da nossa Vitrine Tecnológica Sustentável, que teremos funcionando na unidade de Ribeirão Preto da Apta. Ela será coordenada pelo Instituto de Zootecnia (IZ), apoiada pelo Instituto Biológico (IB) e terá a participação de todos os setores da Secretaria.
Destaco também a presença dos nossos profissionais da área da defesa animal, da nossa Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), que participaram dos debates. Mas não apenas isso, foram também os responsáveis pela sanidade dos animais presentes ao evento.
O balanço é muito positivo. Tenho a certeza de que essa iniciativa fez com que São Paulo - que é capital da geração do conhecimento agropecuário - fosse nesses dias também a capital da pecuária de corte brasileira. Que demonstrou ser o local mais adequado para que todos os elos da cadeia produtiva possam estar reunidos.
Menciono ainda nesse contexto da Semana da Carne o seminário “Perspectivas para o Agribusiness 2016-2017”, organizado pela BM&FBovespa, responsável pelo mercado futuro, pela negociação dos contratos de fornecimento do boi gordo.
A pecuária é bem mais do que a carne. Uma grande cadeia que começa com a questão genética, passa pelo manejo do solo e vai se desdobrando em relações sofisticadas de financiamento de produção e de comercialização.
Significa inclusive um passaporte para que o Brasil se consolide como o maior fornecedor de proteína animal do mundo. Temos conhecimento, mão-de-obra qualificada, tecnologia para aumento de produtividade, bons pastos, rica genética e vontade de trabalhar para fazer da carne brasileira a mais comercializada no mundo todo.