Pacientes com câncer de mama podem ter filhos biológicos e preservar sua fertilidade!

Pacientes com câncer de mama podem ter filhos biológicos e preservar sua fertilidade!
16/10/2023

“A herança do câncer é a infertilidade. Infelizmente também muitas mulheres não são informadas em tempo de preservar sua fertilidade antes de começarem os tratamentos quimioterápicos e de medicamentos bloqueadores, esses que tendem a deixar os ovários envelhecidos em até 10 vezes.  A corrida pelo tempo é fundamental para a vida, mas o direito da maternidade pode ser alcançado por meio da criopreservação de óvulos”, ressalta a obstetra e ginecologista Dra. Carla Iaconelli. 

De acordo com a especialista em reprodução humana, os óvulos podem ser mantidos congelados por tempo indeterminado. E existem dois métodos de congelamentos que são mais utilizados: o congelamento lento ou a vitrificação. O primeiro processo diminui aos poucos a temperatura do óvulo depois de incluir uma substância que impede o surgimento de cristais de gelo - esse procedimento é importante, pois os cristais podem romper os óvulos. Na vitrificação, o congelamento acontece de forma rápida. O óvulo é congelado de forma abrupta, evitando que sejam formados cristais. 

De acordo com um novo relatório publicado em abril desse ano, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 17,5% da população adulta - 1 em cada 6 em todo o mundo - sofre de infertilidade. 

5 dúvidas respondidas por Dra. Carla Iaconelli sobre a infertilidade: 

  • 30 anos é a idade ideal para começar a fazer avaliações periódicas da fertilidade? Quando devo começar? 

Dra. Carla:  Para a mulher que deseja engravidar, é essencial um planejamento prévio. A partir dos 30 anos, a mulher deve buscar métodos que sejam compatíveis com o seu caso. Há várias possibilidades para casais que enfrentam a infertilidade. 

  • Quais tratamentos da medicina reprodutiva existem? 

Dra. Carla: Existem vários, de baixa e alta complexidade. A fertilização in vitro (FIV) é um dos tratamentos mais conhecidos e bem-sucedidos, que envolve a coleta de óvulos e espermatozoides. Outras alternativas possíveis são a inseminação intrauterina (IIU), em que o esperma é inoculado no útero da mulher (considere-se também pacientes que desejem reprodução independente), e a doação de óvulos ou esperma, e ainda doação embriões. Todos seguindo critérios de total sigilo e anonimato dos doadores. 

  • Será que sou infértil? 

Dra. Carla:  A infertilidade é definida quando o casal não consegue engravidar de maneira natural, após 12 meses de tentativas, mantendo relações sexuais periodicamente e sem o uso de preservativo. Esses fatores podem ser tanto de origem feminina quanto masculina. Para a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), 35% dos casos são relacionados à mulher, 35%, relacionados ao homem, 20% a ambos e 10% permanecem desconhecidos. 
Assim, é importante que o homem também se submeta a uma avaliação de fertilidade junto com a mulher para que aumente as chances de gravidez. 

  • Quais exames devo fazer para saber sobre fertilidade? 

Dra. Carla: Com um ultrassom transvaginal e um exame de dosagem hormonal, a mulher pode ter uma informação correta sobre o estado da sua fertilidade. Para o homem, além do ultrassom dos testículos e órgãos sexuais, e o exame de dosagem hormonal, há também o espermograma e a avaliação da função dos espermatozoides. 

 

  • Quando devo congelar os óvulos? 

Dra. Carla: Em geral, aconselha-se o congelamento de óvulos para as mulheres antes dos 35 anos para que preservem a qualidade dos mesmos, do momento da coleta e possam assegurar uma futura gravidez.  Também é uma das indicações para a mulher que é diagnosticada com câncer. 

 

Em relação ao segmento de Reprodução Humana: 

Dados da Rede Latino-Americana de Reprodução Assistida (REDLARA) apontam que o Brasil é o líder no ranking de fertilização in vitro (FIV), inseminação artificial e transferência de embriões, além de concentrar 40% de todos os centros de reprodução assistida da América Latina. 

Uma pesquisa realizada pela Redirection International revela que o setor da medicina reprodutiva do Brasil deve crescer em média 3% ao ano até 2026. Hoje, o mercado nacional movimenta R$ 1,3 bilhão e deve chegar a pouco mais de R$ 3 bilhões. 

 Assessoria de imprensa: Andrea Feliconio