Pagando impostos
O IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) é um imposto estadual, cobrado anualmente, cuja alíquota varia a cada Estado (de 1 a 6%) de acordo com o valor do veículo.
Esse é, provavelmente, o imposto estadual mais conhecido, já que atinge todas as pessoas que possuem um carro ou moto.
Porém, como o nome do IPVA indica, o imposto não incide apenas sobre carros ou motos, mas sim sobre toda pessoa que possua um veículo automotor, seja automóvel, motocicleta, aeronave ou embarcações.
O recolhimento do IPVA é anual e 50% do valor arrecadado é destinado ao município onde o veículo foi licenciado.
Vamos começar pelo IPVA, cujo pagamento está mais perto de acontecer. Há consultores financeiros que acreditam que o desconto é baixo e que, portanto, o ideal é parcelar. O desconto é pequeno. E muita gente ainda está pagando os restos das festas do ano passado.
Por outro lado, se a pessoa tiver dinheiro sobrando e quiser se livrar logo do imposto, deve pagar o IPVA de uma só vez.
Neste caso, não se trata de uma vantagem financeira, mas de um conforto emocional.
O melhor, financeiramente falando, é pagar o IPVA de uma vez. Basta comparar com uma aplicação conservadora, como a poupança. No caso de automóveis, uma novidade: o imposto pode ser parcelado em cinco meses.
No caso do IPTU, cujo desconto é maior, o ideal mesmo é optar pelo pagamento à vista. O raciocínio é o mesmo: esse desconto, em geral, é maior do que a rentabilidade mensal de muita aplicação conservadora ou moderada.
Agora, se o contribuinte encontrar no mercado financeiro uma aplicação que pague mais que o desconto do IPTU, deve parcelar o imposto e colocar o dinheiro nessa aplicação.
Mas atenção: quem decidir pagar o IPTU à vista para aproveitar o desconto tem de ficar atento ao orçamento doméstico. O IPTU não pode comer metade do orçamento da família. Deve ficar perto de 20% ou, no máximo, 30% da receita do mês.
Quem quiser ir se programando para os impostos do começo do ano que vem já pode traçar uma estratégia. O melhor é ir separando todo mês o valor referente aos impostos e colocar em uma conta de poupança, por exemplo, separada, para que não se caia na tentação de gastar o dinheiro.
Basta pegar o valor atual de ambos os impostos e dividir por 12 e ir colocando na caderneta de poupança (que não cobra taxas nem Imposto de Renda). A rentabilidade da poupança deve gerar caixa para pagar os impostos no ano que vem sem susto.
Gilberto César Ortolan Bellini, mestre em administração, professor da Fatec/STZ e da Unip/RP.