Para nossos amigos Américo e Gilvan

31/10/2022

Há tempos, eu e Renata, em nossas conversas, queríamos homenagear o que essa cidade tem de melhor. Américo de Souza, Bellini e congêneres que vamos nos eximir de nomear “Altair e a jovem promessa que já se realizou Larissa Dreher”. Pedimos desculpas aos maravilhosos grupos dessa cidade, aos outros autores, escritores e artistas, como o adorável Juliano José, mas não é possível nomear todos. Essa coluna não seria suficiente. Por isso, a vocês que encantam e nos dão Prazer em Viver, nosso muito obrigado em nome de todos.

Ninguém esquece “Pássaros na Vidraça”, e, por falar nisso, o mais carioca de Gilvan Balbino, o mais carioca dos sertanezinos, que na sua juvenilidade é mais que um gênio. Quantas vezes assistimos “Melodrama de Picadeiro” e quantas vezes ainda queremos assistir. É sempre uma novidade. Parabéns a todo elenco e, principalmente, quem fica nos bastidores. Em outras peças, Gilvan brilha. Ahhh, se estivéssemos na Broadway, ele talvez seria arrogante, mas aqui ele nos traz a alegria do circo, do teatro de rua e resgata a alegria simples, porém profunda, que lembra os filmes mal entendidos, mas maravilhosos, do grande Mazzaropi.

Ahhh, se pudéssemos impor como Hollywood nos impõe. E, veja, não há aqui nenhuma crítica à Hollywood e seu cinema e séries comerciais, que tanto nos fazem bem, pois todas exercem a sua missão catártica e nos dão força pra suportar um novo dia. Não podíamos deixar de falar de Américo Rosário de Souza e Gorete de Souza, que souberam criar um público para a cidade de Sertãozinho e conquistar um teatro (estamos falando do edifício físico), um dos melhores do mundo.

Aqui, queremos criticar a você sertanezino que não enxerga a importância da cultura. Desde os gregos, e até antes, nunca viveu este mundo de misérias, sem lendas, mitos, bíblias e arte. Pobre de quem não dá importância a Isso, que vive sua vidinha humana e ridícula. O ser humano, como já disse Antônio Cândido, precisa ver-se na Arte, Pintura (lendas, mitos, mentiras), porque essa é a nossa história. E não as bobagens dos livros que só servem para aprovar no vestibular. A História, de verdade, é de como nos vemos (verdades ou mentiras - Foucault), o que nos leva a querer inventar um passado e um futuro juntos. Renata e eu relutamos por anos em escrever sobre a Mostra de Teatro de Sertãozinho, porque sabemos que estamos aquém dos elogios que vocês merecem. Com mil desculpas,

 

Prof. Egydio Neves Neto

Prof. Renata Neres