Polícia reconstitui crime ocorrido no fim de janeiro, em Cruz das Posses
Principal suspeito de ter baleado José Elias e Marco Siena é o empresário Gerson Petri
A Polícia Civil reconstitui, na terça-feira (15/02), a morte dos irmãos José Elias Siena e Marco Antônio Siena, baleados no fim de janeiro deste ano em um sítio em Cruz das Posses, distrito de Sertãozinho. Segundo a polícia, o principal suspeito do crime é o empresário Gerson Donizetti Petri, de 38 anos.
Visão do vigia
Segundo relato do vigia do sítio à polícia, depois que os outros convidados já tinham ido embora, à noite, os irmãos e o empresário começaram a discutir, mas ele não soube informar o motivo. Durante o desentendimento, o funcionário tentou intervir e pediu para que Petri deixasse o sítio.
Ainda de acordo com o vigia, ele e os dois irmãos acompanharam Petri até a caminhonete dele, mas no caminho começou uma luta corporal entre eles.
“Na sequência [de acordo com o vigia], o autor entra no seu veículo, pega uma arma de fogo e efetua os disparos nas vítimas, que vieram a óbito ali já no local. O vigia foi alvejado, porém não foi atingido”, disse o delegado Targino Osório.
Versão do empresário
Após os disparos, o empresário fugiu de caminhonete, mas se apresentou à polícia no dia 1º de fevereiro para prestar depoimento.
Segundo o delegado, Petri disse em depoimento que é parceiro de pesca do pai de Elias e Marco. Há um ano, ele comprou um rancho próximo ao do amigo. No dia da festa, o empresário revelou a negociação aos irmãos e disse que não tinha contado antes porque ficou com receio de o pai deles entender que ele não queira mais a amizade na pescaria.
"Nesse dia [sábado], ele resolveu falar 'olha, queria falar para o seu pai que comprei um rancho e queria que vocês dessem um jeito de ele não interpretar como se eu estou fugindo dele, de pescar com ele'", disse o delegado sobre o depoimento de Petri.
Petri também contou ao delegado que, quando conseguiu entrar no carro, viu que o vigilante do sítio se aproximava e teria ouvido Marco Antônio gritar “atira”, seguido de um disparo.
O empresário afirmou ao delegado que também atirou, pois estava com uma arma dentro do carro, uma vez que pratica tiros e tinha ido ao estande um dia antes.
"Ele viu que o vigilante se aproximou e fala que ouviu um tiro e o Marco gritando “atira”. Como estava com a arma dentro do carro, puxou a arma e atirou. O Marco estava do lado, na porta do motorista. Aí o Zé Elias estava no capô. Ele atirou pelo para-brisa e atingiu o Zé Elias. Aí ele estourou [com o carro] o portão e saiu. Uma discussão banal", completou Osório.
Em depoimento, o vigia do sítio deu outra versão à polícia, dizendo que só foi pegar a arma em um dos quartos da casa porque ouviu disparos. As duas versões são investigadas.