Previdência privada: você precisa?

26/04/2018

Com este “sai não sai” da reforma da previdência, tem muita gente trocando a previdência pública pela complementar, mas quem tem renda de trabalho remunerado não pode deixar de pagar uma para ter a outra.

A insegurança e a dúvida sobre o destino da previdência pública inspiram as pessoas a fazer isso, mas além de ser um erro pensar assim, também não vale a pena parar de pagá-la.

Quem trabalha não pode escolher entre pagar ou não pagar o INSS. Isso é obrigatório.

A Receita Federal já está cobrando as contribuições previdenciárias dos últimos cinco anos de quem não pagou, principalmente daquelas pessoas que trabalham por conta própria.

Para quem é empregado, como a contribuição é descontada no holerite, então só tem que fiscalizar se o patrão está contribuindo. Para isso basta solicitar o CNIS no INSS.

Vantagens

Na previdência pública as pessoas têm benefícios vitalícios e a garantia do salário mínimo. Na complementar ou privada não tem nada disso. Sem se falar dos benefícios de risco: aposentadoria por invalidez, auxílio-doença, auxílio acidente, pensão por morte e auxílio reclusão.

Os trabalhadores que estão em débito com o INSS ou não estão usufruindo de todas as vantagens que ele proporciona, podem ao escolher prematuramente a previdência privada, estar gastando um dinheiro que não vai lhe dar volta a garantia que deseja.

A previdência complementar não é ruim, aliás é até recomendável, todavia o investidor tem que saber se ela vale a pena para ele e ter a certeza de que está consumindo o produto correto.

Diagnóstico previdenciário

O contribuinte deve, primeiro, definir a estratégia de investimento e acertar as contas com o INSS e, só depois disso, começar a pensar em uma previdência complementar. Nesta ordem.

Sem saber quando nem com quanto vai se aposentar não dá para saber se alguém precisa ou não de uma previdência complementar, por isso é importante fazer um estudo prévio sobre essas circunstâncias para definir o que fazer do futuro.

Contribuições baixas

E não adianta pagar qualquer valor para se absolver da culpa de não ter feito nada. Isso não vai adiantar.

Na previdência privada ou complementar o valor dos benefícios são calculados com base na somatória das contribuições que as pessoas conseguiram acumular ao longo da vida. Isso se chama reserva matemática.

Quem contribui pouco, vai ganhar pouco. Não há garantia de salário mínimo. A retribuição será proporcional ao valor investido e quando a reserva matemática se esgotar, o benefício deixa de ser pago.