REAVALIADO - Anvisa decide banir Carbofurano
A Anvisa (Agência Brasileira de Vigilância Sanitária) decretou o banimento do Carbofurano, que é utilizado como inseticida, cupinicida, acaricida e nematicida para aplicação em diversas hortaliças, frutas e grãos. Após a publicação da resolução ficarão proibidos imediatamente todos os usos do produto. Haverá ainda um prazo de três meses para o fim da produção, importação e comercialização de agroquímicos à base deste ingrediente.
As exceções são as culturas da banana, café e cana-de-açúcar, que terão ainda um prazo de carência de seis meses para a descontinuação do uso. A decisão foi anunciada na última Reunião Ordinária Pública da Diretoria Colegiada da Anvisa (Dicol), após a finalização da reavaliação toxicológica iniciada em 2008.
De acordo com a Anvisa, o ingrediente ativo foi estudado exaustivamente pela Agência e sua proibição foi discutida com o setor regulado e a sociedade. “O modo de ação do Carbofurano não é espécie-específico, afetando também espécies não-alvo, incluindo os seres humanos”, justifica a Anvisa.
“Após todas as análises realizadas, a Anvisa concluiu que o uso regular de Carbofurano resulta em níveis de resíduos em alimentos - e principalmente na água - que representam risco dietético agudo à população brasileira, de efeitos neurotóxicos, e tem potencial de causar toxicidade para o desenvolvimento de seres humanos nas condições reais de exposição, que incluem efeitos teratogênicos funcionais e comportamentais. Essas características se enquadram nos critérios proibitivos de registro da Lei 7802/1989, conhecida como a Lei dos Agrotóxicos, além da Lei 9782/1999, de criação da Anvisa”, afirma a entidade.
“Destaca-se que o risco inaceitável do Carbofurano à saúde da população a partir da exposição pela alimentação e pela água também foi o motivo da proibição desse ingrediente ativo no Canadá, nos Estados Unidos e na Europa, entre outros países. Portanto, a sugestão de proibição do uso do Carbofurano no Brasil está alinhada às conclusões das agências reguladoras mundiais sobre esse produto”, conclui.