SAFRA 2015 - A colheita de uma nova esperança

13/04/2015

Lena Aguilar

 No mês de abril começa a safra de cana-de-açúcar.  A cadeia produtiva do setor está trabalhando a todo vapor.  Os produtores da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste de São Paulo - CANAOESTE, esmagaram na safra passada 9 milhões de toneladas. Para este ano a expectativa será de uma ligeira melhora, de 9,5 a 9, 8 milhões de toneladas, segundo o presidente da CANAOESTE-Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo, Manoel Ortolan.

“Acreditamos que nesta safra o clima será favorável, deverá haver uma melhor distribuição de chuvas. Na preparação desta safra os produtores fizeram o combate das pragas nos canaviais. É bom que os produtores sempre cuidem dos canaviais para garantir a produção e não perder o ‘time’ quando há melhoras de preços”, disse Manoel Ortolan.

Para os usineiros, como no caso do Grupo Balbo, a previsão é permanecer no mesmo número da safra de 2014, que foi no valor de 5,7 milhões toneladas. Já para o Grupo Toniello, a moagem da safra 2014 foi de 4,8 milhões de toneladas. Neste ano a previsão é de 5,2 milhões de toneladas.

O diretor do Grupo Balbo, Jairo Menezes Balbo, disse que, entre os derivados da cana, o carro-chefe em produção será o produto orgânico que a usina produz.

“O principal derivado que consideramos carro-chefe para esta safra é o produto orgânico, assim como a energia, que tem um peso muito menor em relação ao açúcar convencional, ao álcool e ao produto orgânico. A previsão deste ano é iniciar na última semana de abril e terminar na última semana de novembro, então zeramos todos os investimentos e mantemos a manutenção”, disse o diretor Jairo Menezes Balbo.

De acordo com o diretor do Grupo Toniello, Antonio Eduardo Tonielo, o principal derivado que será destaque é a produção de energia.

“Em relação aos derivados da cana, no nosso caso, iremos produzir 55% de etanol e 45% de açúcar. E também temos uma produção de 60 Megawatts de energia para exportação. Por exemplo, a Usina Viracool tem um volume, fora a levedura que também produzimos e iremos exportar quatro mil toneladas. Vale ressaltar que, nesses dois últimos anos, o açúcar e etanol andaram juntos. Mas, o carro-chefe  da safra de 2015 para o Grupo Toniello é a energia. Sendo que, no final de abril ou começo de maio, daremos início à safra, prevista para terminar no final de novembro. Para isso, houve alguns investimentos para melhoria e eficiência da indústria, porque precisamos aproveitar o máximo da cana, visando rendimentos”, finaliza o diretor Antonio Eduardo Tonielo.

Os empresários comentam sobre a atenção do governo em relação ao setor do agronegócio.

“Nesse momento o governo não tem nos dado incentivo e nenhum apoio a respeito do setor. O governo está preocupado apenas com as questões políticas. Enquanto ele não revolver, o setor não terá a atenção necessária que está precisando”, analisa o diretor do Grupo Balbo.

 “Hoje, no governo, é mais fácil tirar do setor do que dar. Já descartamos pensar nas ações do governo, as quais têm sido ineficazes, porque a única coisa que o governo faz no momento é ruim para o setor. Por isso, é melhor deixar quieto e cuidar do nosso negócio, independente das ações do governo”, avalia o diretor Antonio Eduardo Tonielo.

Para o presidente da CANAOESTE, Manoel Ortolan, o setor irá ter aumento nas taxas de juros para os financiamentos.

“Do governo, não há uma sinalização positiva que algo venha ajudar este setor. Ao contrário, o custo vai ser maior e temos que cuidar realmente para ter uma produtividade melhor”, destaca Manoel Ortolan.