Saiba mais sobre TDAH
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é, atualmente, um dos temas mais debatidos, principalmente quando se consideram crianças em idade escolar. Esse termo é utilizado para definir um transtorno neurobiológico que surge na infância e pode acompanhar o indivíduo por toda a vida.
O TDAH é um quadro composto de sinais e sintomas comportamentais relacionados à desatenção, à hiperatividade e à impulsividade. O diagnóstico é clínico, baseado em entrevista com o paciente, os pais, os professores e as pessoas que lidam com o acometido pelo transtorno; é baseado exclusivamente no histórico do comportamento, devendo ser feito pela exclusão de outras patologias ou problemas socioambientais. Os sintomas devem, obrigatoriamente, trazer algum tipo de dificuldade ou impedimento para a realização de tarefas e de prejuízo nos relacionamentos.
As crianças com TDAH demonstram níveis de atenção inapropriados para a idade. São impulsivas e, geralmente, superativas; além disso, apresentam dificuldades para seguir regras e normas, problemas de conduta e agressividade, problemas de aprendizagem e dificuldades sociais. Essas crianças podem ser vistas pelas pessoas como desobedientes, preguiçosas, mal-educadas e inconvenientes.
Existem três subtipos de TDAH: de apresentação combinada, quando ambos os critérios de desatenção e hiperatividade são preenchidos; de apresentação predominantemente desatenta, quando os critérios de desatenção são preenchidos; e de apresentação predominantemente hiperativa/impulsiva, quando os critérios para hiperatividade são preenchidos. A última versão do DSM 5 também permite que se classifique o TDAH em leve, moderado ou grave, de acordo com o grau de comprometimento.
O diagnóstico de TDAH é um desafio, pois várias doenças podem apresentar sinais e sintomas de alerta comuns, como as dificuldades relacionadas a ansiedade, depressão, dislexia, autismo, transtorno de conduta, transtorno bipolar.
É muito importante diferenciar os sintomas de ansiedade do TDAH, considerar o prejuízo que os comportamentos hiperativos e desatentos causam no dia a dia da criança. Diferente da ansiedade, o TDAH possui bases neurológicas de comprometimento, especialmente na parte frontal do cérebro, onde se acredita existir uma circulação menor. Por isso, o encaminhamento para um médico especialista (psiquiatra ou neurologista) se faz necessário e um possível uso de medicamento.
O diagnóstico e o tratamento são delicados e necessitam de avaliação e acompanhamento em conjunto com uma equipe multiprofissional, sendo o psicólogo um profissional indicado para iniciar essa avaliação. A criança que recebe esse acompanhamento no início da alfabetização tem chances de conseguir chegar à vida adulta sem TDAH ou com muito menos comprometimento.
É importante ressignificar o transtorno e ter um olhar mais positivo e menos julgador para o acometido por TDAH e seus familiares, em especial a mãe, que muitas vezes sofre críticas e se sente muito culpada pelos comportamentos do(a) filho(a). Além do que é importante direcionar as dificuldades impostas pelo transtorno para o desenvolvimento de alguma habilidade, transformar o que pode ser ruim em algo bom, desenvolver algum talento que aproveite a hiperatividade em seu ensejo.
*Ana Paula Mucha Tonetto: Psicóloga, Doutoranda e Mestre em Psicologia pela FFCLRP-USP. Escritora do livro: “TDAH, família e criança: contribuições psicanalíticas”. Realiza Psicoterapia de Orientação Psicanalítica em Ribeirão Preto com crianças, adolescentes e adultos. Telefone: (16) 98204-5402 – Instagram: @anapaulatonetto_ / Endereço: Av. Luiz Eduardo Toledo Prado, 870, sala 1013. Shopping Iguatemi.
**Valéria Zucco: Psicóloga e Neuropsicóloga Trabalha com a Avaliação Neuropsicológica, Reabilitação Cognitiva, Orientação Vocacional e Psicoterapia. Trabalha na clínica Espaço ARVORECER, no atendimento de crianças, jovens, adultos e idosos. Telefone: (16) 3511-2355 e (16) 99139-5139.