SAÚDE - Atendimento da UPA 24 horas recebe elogios e críticas pela população
Fernando Laurenti
No dia 3 de agosto foi inaugurada a UPA em Sertãozinho - e isso todo mundo já sabe. Quem usou, elogiou o atendimento. E, em alguns casos, criticou a demora. Quem ainda não usou faz críticas por ser longe de sua casa, fora do bairro.
Com a inauguração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) foi realizada a mudança na sistemática de atendimento. As UBs passaram a fazer atendimentos agendados com especialistas e clínicos gerais, tentando oferecer ao munícipe uma qualidade maior no atendimento. Segundo a secretária da Saúde, Rita Montenegro, o índice de faltantes nas consultas agendadas chega a 25%, um paciente que fica aguardando a fila de espera por uma consulta é prejudicado, se os faltantes avisassem outros poderiam ser atendidos.
Com a mudança promovida pela Secretaria Municipal da Saúde, os atendimentos de urgência e emergências passaram a ser atendidos na UPA, em média por dia são atendidas 470 pessoas, variando, tem dia de 520 e outro de 400 pacientes que passam pela UPA.
Em entrevista à Rádio Comunitária FM, o prefeito Zezinho Gimenez disse que toda mudança provoca desconforto, desconfiança e até curiosidade de muitos que querem ver de perto do que se trata a UPA. Isso ficou provado na primeira semana. Um congestionamento no Pronto Atendimento, tanto que recebemos reclamações de pessoas que ficaram de quatro a seis horas para serem atendidas, levando em conta que os serviços são realizados por profissionais recém-contratados, sem ainda um certo traquejo de lidar às vezes com um ou outro problema ou falha.
A mudança de hábito é a maior barreira a ser derrubada, pelo menos pelo que ouvimos. As pessoas que às vezes nem foram ainda usar a UPA acabam fazendo comentários de “ouvir falar”. O prefeito Zezinho disse que vários boatos se espalharam em uma rede de fofocas que, das muitas vezes, com o intuito de provocar tumulto político, para desestabilizar o seu governo. Gimenez disse também que tem gente na oposição antecipando o pleito eleitoral do próximo ano.
E o prefeito disse mais:
“Vou ficar em cima dos serviços da UPA. A empresa é contratada e tem a obrigação de atender bem. Se não fizer do jeito que eu quero, eu mudo, faço mudanças. Essa obra, a UPA, foi o ex-prefeito Nério que trouxe. A obra estava parada, tive que acabar, foram investidos mais de 6 milhões. Entendo que o projeto é bonito, mas tem que funcionar. Se não funcionar, eu troco a empresa e contrato outra. Vamos gastar com a UPA cerca de 950 mil reais por mês para ter os serviços da UPA. Acho que temos que ter paciência para todos se adaptarem com a nova forma de atendimento na saúde. Falaram de mortes. Gente, os pacientes que passaram pela UPA foram todos medicados, não dá para aceitar dizerem que houve negligência porque o atendimento foi realizado. Agora, em relação às mortes lamentamos, mas uma coisa é certa: antes as pessoas morriam na Santa Casa, Netto Campello, porque é para lá que eles eram socorridos; agora, o socorro de emergência é lá, na UPA, e, às vezes, se não tiver jeito de salvar a vid , onde que vai morrer a pessoa? É bom falar também que vários que tiveram um infarto ou acidentados e até uma parada cardiorrespiratória foram reanimados pelos socorristas do SAMU e da UPA, só que esses ninguém fala, mas estou consciente, acredito que vai funcionar bem, vai ser bom e acredito nos funcionários que estão também se adaptando ao atendimento da UPA”, disse Gimenez.
O Jornal Agora esteve na UPA com sua equipe na última sexta-feira, 14, para ouvir as pessoas que foram atendidas
Fala de Eliana Treciato
Em relação ao atendimento na UPA, a moradora do bairro Wilson Bernardes, Eliana Treciato, tinha plano de saúde e há seis meses está usando os atendimentos da saúde pública. Seu marido perdeu o emprego e o plano médico. Disse que foi na UPA levar seu filho Vinicius de 11 anos. O menino estava com problema na garganta, chegaram na UPA por volta das 9h15 da manhã da última sexta-feira, 14, e às 9h30 já tinha sido atendida. Ela gostou do atendimento e acha que está de parabéns.
“A equipe de atendimento da UPA me deu atenção. Todos foram atenciosos, sim, estou satisfeita, tudo muito organizado , limpinho, muito bom. Comigo foi certinho, não tenho o que reclamar, cheguei 9h15 e já fui atendida logo.”
Fala de Geraldo Cristiano de Freitas
Para o esposo Geraldo Cristiano, 26, morador no bairro Shangri-lá, que estava aguardando sua esposa que se encontrava de repouso, comentou que o atendimento da UPA 24 horas foi rápido.
“Minha esposa está com suspeita de meningite. Chegamos na UPA no último dia 12, às 15h30. Ela foi atendida às 16h. Como ela teve uma convulsão, ficou de repouso na emergência. Para mim, que estou acompanhando minha esposa, o atendimento está excelente. Eu moro em Sertãozinho há seis anos, sou de Mogi-Mirim e, sem brincadeira, a Santa Casa de lá não tem a estrutura que eu vi aqui nessa UPA. Parei de pagar o plano de saúde e sou sincero em falar a saúde de Sertãozinho, quem reclama é porque não sabe o que é ruim”.
Fala de Eliana da Conceição de Andrade
Eliana da Conceição, 39, achou o atendimento ótimo. Pelo fato que chegou às 9h30 e foi atendida às 9h50. Ela foi levar a bebê na UPA. Somente na primeira semana, ela achou o atendimento tumultuado e demorado.
“Mas agora o atendimento está tranquilo e mais eficiente. Na primeira semana eu esperei das 18h25 até as 22h, e chamava todo mundo e eu não. O rapaz que chamava, acho que só chamava os conhecidos dele ou algum erro aconteceu na hora da chamada. O atendimento é muito bom. E outra coisa, as mocinhas que entregam o remédio são meio inexperiente e na hora não estavam entendendo a letra do médico, isso tem que melhorar. Agora, dos médicos, não tenho reclamação , fui bem atendida”.
Elogios
Os elogios para a UPA são aos profissionais médicos e às instalações físicas oferecidas pela estrutura do prédio, da qualidade dos equipamentos que a UPA possui , elogios ao sistema de atendimento que começa pela triagem , passa pelo médico na consulta, fica no repouso se necessário, faz os exames lá mesmo sem ter que sair para ir a um laboratório e, com o resultado do exame, a receita é expedida pelo médico e o paciente sai da UPA já com o medicamento.
Reclamações
Na primeira semana algumas pessoas ficaram esperando muito tempo para serem atendidas, a demora para aqueles que receberam a pulseira azul é o que irritou as pessoas que não eram de atendimento de tanta urgência.
Sobre as mortes que ocorreram no município de pessoas que foram atendidas na UPA, a Prefeitura enviou uma nota à imprensa.