SAÚDE - É verão: os cuidados com o câncer de pele

18/01/2016

Lena Aguilar

Sol, praia, mar! O verão chegou e com ele uma maior necessidade de cuidar da pele. Cuidado, este, que é discutido e comentado todos os dias do ano, seja em prol de uma saúde melhor, da vaidade ou da estética. O desafio é saber aproveitar esta estação com responsabilidade, já que o sol em excesso é o grande responsável pelo câncer de pele, considerado o mais frequente no Brasil.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), somando as perspectivas dos tipos melanoma e não melanoma, em 2016, o câncer de pele deve atingir 181.430 pessoas, sendo 83.850 homens e 97.580 mulheres. Em 2013 (data do último levantamento), 3.361 morreram vítimas da doença, sendo 1.930 homens e 1.431 mulheres.

Medidas podem ser tomadas para a prevenção da doença, como a escolha do melhor horário de exposição ao sol e o uso de filtro solar, que “não deve ser usado com o objetivo de permitir o aumento do tempo de exposição ao sol, nem para estimular o bronzeamento”, lembra a médica oncologista Letícia Carvalho. Outras formas de proteção devem ser utilizadas, como óculos escuros e chapéus. É importante, também, a constante observação e atenção com o próprio corpo. O aparecimento de manchas e pintas na pele, acompanhadas de coceira e descamação, são os primeiros sintomas do câncer de pele. E o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura da doença.

Apesar de sua baixa letalidade em relação a outros tipos de tumores malignos, o câncer de pele é o mais dominante na população humana. Além da exposição solar exagerada, a doença também está relacionada às câmaras de bronzeamento artificial, à tonalidade da pele, ao envelhecimento da população, entre outros.

Sobre o câncer de pele

O câncer de pele é dividido em dois grandes grupos: melanoma e não melanoma. O primeiro é considerado uma entidade à parte, tem uma baixa incidência (cerca de 3 casos por 100.000 pessoas/ano) e história natural bastante diferente, sendo mais agressivo, de crescimento rápido e com maior potencial de disseminação para outros órgãos. Os tumores de pele não melanomas são doenças muito mais comuns (cerca de 70 casos por 100.000 habitantes /ano), possuem um curso clínico mais indolente, lento crescimento e raramente disseminam para órgãos à distância (2 a 5% dos casos). Apesar de muito prevalente, apresenta baixa taxa de mortalidade e menos de 4% dos pacientes vão a óbito devido à doença.

Medidas preventivas

Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10h e 16h (horário de verão); utilizar chapéus, camisetas, guarda-sol, óculos escuros e filtros solares com fator de proteção 30 ou superior; na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material; observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas; Consultar um dermatologista, uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo; manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses; devem evitar a exposição excessiva ao sol pessoas de pele clara, com histórico prévio de câncer de pele, história familiar de melanoma, nevo congênito (pinta escura), maturidade (após 15 anos de idade a propensão para este tipo de câncer aumenta), xeroderma pigmentoso (doença congênita que se caracteriza pela intolerância total da pele ao sol, com queimaduras externas, lesões crônicas e tumores múltiplos) e nevo displásico (lesões escuras da pele com alterações celulares pré-cancerosas).

Tratamento

O tratamento principal do câncer de pele se baseia na remoção cirúrgica da lesão. Tratamento tópico ou radioterapia também podem ser realizados. A decisão do procedimento é feita pelo médico e leva em consideração o tamanho, a topografia da lesão e o subtipo de câncer de pele. A melhor estratégia para evitar o câncer de pele continua sendo a prevenção. “O importante é usufruir do verão, do calor, do sol e dos prazeres que eles permitem com saúde e segurança, tomando todas as medidas preventivas possíveis”, finaliza a oncologista Letícia Carvalho.