Sertãozinho, música e educação
AMÉRICO PERIN
‘’Escolher um instrumento é uma experiência única e com cada um acontece de maneira e idade diferentes. Depende também da oportunidade de acesso tanto ao ‘mundo da música’ de uma maneira geral quanto a um instrumento específico’’, afirma a violinista Andreia Carizzi, do Quarteto Radamés Gnatalli. Muita coisa se pode fazer para despertar em nossos jovens, de maneira decisiva, uma forma de desenvolverem habilidades e controles muito importantes.
Um jovem, por exemplo, ligado à musicalidade desenvolve interesse e apreço pela cultura e pela arte, valores que estão escassos atualmente e que, efetivamente, fazem surgir um povo com sentimentos próprios, interesses comuns e, sobretudo, a tão sonhada maturidade nacional. A música de boa qualidade ajuda a encontrar tendências e novas formas de perceber o mundo e a sociedade.
Apesar dos esforços já dispendidos por grandes brasileiros de várias épocas, muito ainda precisa ser feito para a efetiva inserção da música nos projetos político pedagógicos das escolas.
Sabe-se que, em outros países, dá-se enorme importância ao ensino da música, e os resultados disso são excelentes. Esses países ganharam muito em qualidade de vida por exemplo. Conta-se que em um deles, na Europa, dois amigos que, desde os tempos escolares não se viam, encontraram-se ocasionalmente e, relembrando os seus tempos de estudantes, começaram a cantar uma música aprendida no antigo coral da escola. Várias outras pessoas, que não se conheciam e passavam ali no momento, pararam e formaram um coro improvisado. Daí aconteceram grandes amizades. Em outros países, é comum encontrar instrumentos musicais guardados com carinho anos a fio, pois, apesar de seus instrumentistas não terem continuado a vida como músicos profissionais, têm um grande apreço e agradecem por um dia terem aprendido nas escolas muito mais que o currículo pedagógico das outas matérias ali ensinadas. Eles valorizam a boa formação de caráter e demais boas qualidades pessoais que aprenderam através da música, quando jovens.
Já passou em muito a hora de nossas escolas olharem para o ensino da música apenas como ferramenta de apoio. Criam-se comissões, fazem-se discursos e mais discursos, ensaiam aqui e ali aprovações de leis a respeito, mas o que vemos, infelizmente, é a má oferta de qualidade musical aos nossos jovens. Muitos e muitos brasileirinhos miram-se e admiram pessoas cujos caminhos estão via outros que não os da lei, da ordem e do respeito pelo alheio, pois “esses” andam nos seus mundos (dos jovens) em lindos carrões, desfilam com mulheres bonitas, possuem bom status nos seus meios, sem terem que produzir nada e vivem às custas do alheio.
Em Sertãozinho, ainda que de forma incipiente, mas crescente, encontramos ações que possibilitam a participação de muitos jovens envolvidos com o ensino de música, o que resultará na expectativa do entendimento democrático e republicano para nossa população num futuro não muito distante.
Já está comprovado por vários estudos, em especial por pesquisas da neurociência, a importância da música para o desenvolvimento humano, o funcionamento cerebral e a formação de comportamentos sociais. Portanto, não é mais aceitável que o ensino de música não faça parte da estrutura curricular que compõe o projeto político pedagógico das escolas.
Obviamente, é desejável a presença nas escolas de outros profissionais – músicos, sábios, mestres tradicionais, técnicos – para uma atuação conjunta e articulada com professores licenciados em música e em Pedagogia.
Bem, por hora, agradecemos ao Grupo Balbo, à Engevap e à Prefeitura, que, através da sua Secretaria de Cultura e Turismo, e também à nossa Câmara Municipal, que tão bem entendem e valorizam o trabalho que acontece na ORQUESTRA JOVEM DE SERTÃOZINHO.
Terminando por hoje, não podemos deixar de lembrar a família SISDELI, que, já de forma tradicional, abriu as portas da sua sorveteria, no último dia 28, para nosso CONCERTO DE NATAL, que, ao final, em todos os anos, é regado pela delícia dos “SORVETES CREMOSO...”