Você já pensou nisso?

14/02/2024

Américo Perin

Nada de original dizer-se que o banditismo que se mostra em diferentes níveis da sociedade brasileira, nos moldes de organização que se vê hoje, originou-se no chamado período da repressão. Falha de quem “prendeu e arrebentou”, parafraseando um general-presidente. Misturou-se na mesma cela da prisão indivíduos com intelecto desenvolvido, em alguns casos até treinados militarmente em países onde havia “cursos” de especialização em guerrilha, com indivíduos do mundo do crime comum, de pouca instrução, enorme revolta interior e contra não sabia bem lá o quê.

Aqueles guerrilheiros, com todo o tempo ocioso que a prisão lhes proporcionava, não tiveram dúvidas e logo enxergaram a grande oportunidade de aumentar o contingente de seus exércitos. Por sua vez, os não menos ociosos presos comuns, que não eram nada bobos, entenderam de imediato a grande chance que se lhes apresentava para um aperfeiçoamento na sua arte de....

Bem, o fato é que o tiro saiu pela culatra. Menos para o crime organizado, é claro, que usufrui até hoje com muita competência dos conhecimentos adquiridos dos guerrilheiros “made in Cuba”. Alguns guerrilheiros também alcançaram sucesso, foram rechaçados (MUITOS ESTÃO VOLTANDO...) dos altos cargos políticos que acabaram conseguindo depois da anistia ampla geral e irrestrita, mas sabe-se que continuam com livre trânsito pela nossa querida Brasília e recebendo enormes quantias de dinheiro a título de indenização por terem sido presos só porque praticavam terrorismo, matavam soldados mal saídos da puberdade, assaltavam bancos...

É claro que os argumentos usados pelas nossas autoridades durante os dias de terror em que vivemos não convencem ninguém. Assim também como não convencem ninguém as tentativas para explicar a falta de punição aos políticos corruptos que enojam nossas casas de leis. Assim também como não convence ninguém o anúncio da prisão de um ou outro ladrão do dinheiro público (DEPOIS DAS RECENTES PASSEATAS, PEGARAM UM DEPUTADO COMO “BOI DE PIRANHA”), quantias absurdas, que, segundo divulgado pela imprensa, fomentaria um crescimento enorme na economia interna do Brasil.

Depois das recentes manifestações da população, está um corre-corre de “excelências” fazendo pronunciamentos uns atrás dos outros, mas, na verdade, nada que venha de um pronunciamento oficial está convencendo mais ninguém. Pudera, nada do que dizem tem conteúdo... E por mais que tenham se esforçado em desinformar e não formar o povo, esqueceram-se que esse povo PENSA!

A empáfia, a arrogância e a prepotência que nossos dirigentes (e o atual presidente principalmente) fazem uso quando se dirigem aos seus humildes súditos, mas já não convence ninguém, se é que convenceu alguma vez.

Lembro-me do meu tempo de executivo na indústria automobilística. Insistíamos na necessidade da existência de um organograma com correta atribuição de funções, para que ninguém entrasse na área de ninguém. Tínhamos objetivos a alcançar e, assim organizados, o sucesso sempre foi uma certeza. Um organograma com correta atribuição de funções evita desperdício de tempo e aumenta a produtividade. Você é bandido, portanto, suas funções são essas. Você é deputado ou senador, portanto, suas atribuições são essas. Você é policial, portanto, suas atribuições são essas.... Até numa simples escola de música, isso é muito necessário, pois evita aborrecimentos e os alunos são beneficiados.

Está bem claro na minha lembrança o pronunciamento do ex-deputado Roberto Jefferson- como dizem os jovens (esse já era), quando, olhando para seus pares na Câmara, disse: “Senhores, eu não sou melhor do que nenhum dos senhores...” E o que se “ouviu” foi um profundo silêncio!!!! Viu!? Todos sabiam das suas funções e atribuições, só que até agora....

Ah, só de passagem: a inflação está de volta! Clamemos pelo nosso presidente urgentemente! É necessário que pare de viajar tanto. É justo que ele leve sua sabedoria e conhecimentos ímpares (parece que ele os está distribuindo lá pela África, Rússia e muitos outros lugares). Mas nós também precisamos ouvir seus discursos inovadores e cheios de conhecimento sobre todos os assuntos que aborda...

Contudo, é Carnaval. E entre as lembranças dos Carnavais de outrora, lembro-me de uma marchinha interpretada pelo já falecido Blecaute, que dizia assim: “Chegou o General da Banda chegou – repete-se o refrão-, e, na segunda parte, diz a letra: “Morão, Morão, vara madura que não cai, Morão, Morão, cutuca por baixo que ele cai” .....