VOLTA ÀS AULAS - Material escolar tem alta de 10% - saiba como economizar

11/01/2016

Lena Aguilar

Neste início de ano, uma das principais queixas dos pais é o alto valor cobrado pelo material escolar, numa época em que o orçamento familiar está reduzido, ou seja, logo após o Natal e o Ano Novo.

Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares e de Escritório (ABFIAE), nos últimos 12 meses, o preço do material escolar teve um aumento, em média, de 10%. e para este ano a expectativa é de que esta elevação se mantenha.

“Por conta da desvalorização do real, do aumento dos insumos e da mão de obra, os artigos de papelaria estão mais caros. Os produtos fabricados no país, como caneta, borracha e massa escolar, podem ter um aumento de até 12% e os produtos importados, como mochilas, lancheiras e estojos, terão aumento entre 20% e 30”, explica Rubens Passos, presidente da ABFIAE.

A tributação excessiva também é uma das grandes vilãs e impacta profundamente no valor dos produtos escolares. Recentemente, o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) divulgou que esses artigos são taxados em até 47%, como no caso das canetas. Itens como apontador e a borracha escolar têm alíquota de 43%; caderno universitário e lápis, 35%. 

Em Sertãozinho

Desde dezembro, a movimentação é grande nas papelarias, informa Ciléia Zampronio, que é proprietária de uma delas.

Ela disse que os materiais escolares tiveram um aumento entre 10% e 15% e que há muitas novidades, tanto para meninas como para meninos, principalmente em mochilas escolares que estão a partir de R$ 60 reais.

“A minha expectativa de vendas para este ‘volta às aulas’ está como no ano passado. Os pais irão gastar em média de R$ 150 a R$ 200 comprando os produtos básicos. A compra de materiais escolares poderá ser parcelada em até seis vezes dependendo da compra”, disse Ciléia.

Como economizar na compra do material escolar

Para quem tem filhos, um dos maiores gastos no início do ano é com a compra do material escolar. Mas, devido à falta de educação financeira, as despesas se acumulam e as famílias se perdem em meio a tantas contas para pagar, muitas vezes, ultrapassando o limite de seu orçamento financeiro.
 A maior dúvida é como economizar sem ter que abrir mão de obter os itens que as crianças necessitam. Para começar, sempre é recomendado que pensem o quanto precisam trabalhar para conseguir o seu salário. A partir daí, fica fácil valorizar esse dinheiro, aprendendo a pesquisar preço e, principalmente, a negociar os valores das compras.
 Então, o primeiro passo é realizar um diagnóstico da vida financeira da família, para saber exatamente quais são os ganhos e gastos mensais e quanto poderá dispor para a aquisição do material escolar. É fundamental ir às compras com antecedência para não precisar ser obrigado a pagar mais caro. O educador financeiro Reinaldo Domingos passa algumas orientações sobre o assunto da volta as aulas.
“O primeiro passo é  procurar conversar com outros pais e tentar fazer a compra em conjunto, pois, assim, a probabilidade de conseguir preços menores aumenta”, aponta.

 Juntar o material escolar do ano anterior e ver a possibilidade de reutilizá-los é uma boa opção, disse Reinaldo.

“Faça uma lista do que se precisa comprar, para não se perder e acabar rendendo-se aos impulsos consumistas, deixando de economizar. Converse com os filhos antes de sair às compras, explicando a situação em que a família se encontra e quanto poderão gastar com os materiais. Caso contrário, será muito fácil ceder aos desejos deles e, com isso, gastar mais do que o planejado”, explica.

O educador financeiro comenta que, quando estiverem na loja, os pais devem ser sinceros e explicar ao vendedor de forma clara o que é preciso, buscando sempre a melhor opção de pagamento.

“Sempre pergunte quanto aquele produto custa à vista - isso proporcionará bons descontos. Se tiver que pagar a prazo, veja se as parcelas caberão no orçamento mensal.
Comprar materiais escolares requer certos cuidados, mas o investimento vale à pena, pois é o que dará a base necessária para os estudos. Preocupar-se em economizar sem deixar de proporcionar o que a família precisa faz parte do processo de educação financeira. Passe esses ensinamentos aos pequenos, pois, se aprenderem agora, se tornarão adultos mais conscientes e saudáveis financeiramente”, orienta o educador financeiro.